Um ano vai e o outro vem; Um amigo passa e o outro fica; Um continua e o outro espera. O caminho e longo, mas é preciso de pessoas para fazer a caminhada. “O povo de Deus no deserto andava, mas a sua frente alguém caminhava”. Deus continua caminhado a frente de seu povo. Depois de termos feito um caminho de 365 dias entre os desafios e os obstáculos, percebemos que não caminhamos sozinhos, não construímos e celebramos em vão.
Muitas coisas boas aconteceram em nossa vida: Pessoas que se aproximaram para compartilhar nosso aprendizado. Outros retornaram porque estavam cansados ou desmotivados e depois encontravam motivação para retomar a caminhada. Outros sentiram a necessidade de ajudar a construir a história da comunidade e foram chegando devagarzinho tomando gosto pela causa do Evangelho. Outros permaneceram firmes na catequese permanente com o desejo de conhecer profundamente os mistérios por Deus revelado. Outros quiseram iniciar a vida cristã já como adultos e foi tão bela a experiência que se colocaram a serviço da comunidade como voluntários e mensageiros do evangelho de Jesus Cristo. Foram tantas as graças que Deus nos concedeu, que nem temos como ficar enumerando e acredito que esse é só um começo.
Portanto não queremos envelhecer contando os anos que já passaram por nossa vida. Queremos sentir sempre a Mão amiga de quem tanto nos ama e que sempre estará estendendo sua mão para nos levantar: “Coragem filho, sou Eu. Não tenhais medo. Eu sempre estarei contigo.” E assim daremos continuidade a essa história tão bonita que foi iniciada por tantos outros que deixaram seus nomes registrados no livro da vida, e por outros que tanto fizeram e que nuca foram lembrados. Essa é a história do povo de Deus.
Entendemos que um ano é de Graças quando sentimos que estamos fazendo a vontade de Deus acontecer (Lc 4, 18-20). Sabemos que estamos fazendo a vontade de Deus acontecer. E quando agimos assim, sentimos muito mais necessidade de nos colocar a serviço dos nossos irmãos: “Quem quiser ser o maior, que seja o servidor de todos”.
Quero de forma muito especial agradecer a Deus por cada dia vivido, pelos propósitos realizados, pelos amigos conquistados e pelas pessoas que me ajudaram a perceber o rosto de Deus. Não posso esquecer daqueles que me ajudaram a viver o Evangelho no dia a dia: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração”. Aqueles que me mostram que por trás do humano está o divino, quando arrependidos buscam a reconciliação com Deus e com os irmãos. Aqueles que ajudaram a curar as feridas provocadas pelo egoísmo, frieza e insensibilidade, deixando um coração ferido, entristecido pela falta do perdão do amor e caridade. Que mostraram que é possível amar a Deus acima de todas as coisas e mais ainda, ajudaram a enxergar com os olhos de Deus.
Agradeço as crianças que demonstram um coração puro, simples, humilde e sincero. Por meio delas aprendemos a amar sem interesse, sem preconceito e sem maldade. Aprendemos com as crianças que a maldade não está nelas, mas naqueles que ensinam a praticar a maldade.
Assim o novo não substitui o velho, mas o velho e o novo dão continuidade neste projeto pelo qual temos a responsabilidade de zelar e cuidar com muito carinho e muito amor. Quero dar o melhor de mim em tudo o que eu fizer para que eu possa ser recompensado pelo que sou e jamais pelo que tenho. Que meu coração esteja aberto ao perdão e à caridade fraterna. Que a oração de São Francisco seja a grande motivação para que eu possa viver e conviver bem os dias que ainda me restam. Acredito que os que virão depois de mim poderão fazer muito do que nós fizemos, porque o passado nos ajuda a corrigir, e o novo nos ajuda a fazer melhor. Por isso, “O mundo não acaba aqui, o mundo ainda está de pé. Enquanto Deus me der a vida, levarei comigo esperança e Fe”.
Não devemos interromper um trabalho iniciado por aqueles que nos antecederam pela contagem de anos, mas que o mesmo seja valorizado pelas pessoas que continuarão a fazer parte desta história. E o mais bonito é quando nos sentimos importantes porque estamos ajudando a acontecer, e não incomodados porque outras pessoas estão participando. “Eu não vim para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos” (Mt 20,28). “Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono”. Portanto, quero cuidar com muito carinho e amor das pessoas e de tudo aquilo que o Senhor colocou a minha disposição. Quero viver sempre servindo, para que eu não impeça ninguém de viver. Em tudo quero dar graças a Deus por estar renovando nestes dias um Novo compromisso e uma nova responsabilidade.
Que o bom Deus continue derramando graças e bençãos em todas as famílias e que Nossa Senhora pelo qual consagramos a nossa vida, nos ajude a cumprir neste novo ano que vamos iniciar a vontade do seu Filho amado. Deus os abençoe.
Pe. Nelson Molina